Título / Fonte / Data
Pessoa num cabaré anarquista / Público / 11-12-2009
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Há concertos para todos os gostos rock música tradicional e kuduro. Há simulações de sexo oral. Há pulgas cantantes, entre sons eruídos que conhecemos dos desenhos animados como "tóin tóin". Ainda com as cortinas fechadas, as luzes apagam-se para vermos apenas, em grande plano, uma personagem anónima que não "consegue viver sem dinheiro" (como nós) e repete aforismos ("to be free is to be free from to be free") ou desaforos ("pó trabalho que é pa não dizer pó caralho") (...)"
O Banqueiro Anarquista / Time Out / 09-12-2009
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"Esta é uma narração que não tem
acção propriamente dita, o que se
torna difícil, mas ao mesmo tempo a ideia é absolutamente encantadora", diz o encenador. "Não deixa de ter uma moralidade, um absurdo, algo que espelha - ainda que de maneira deformada - aquilo que é a nossa alma a nossa maneira de estar no mundo". Redescobrindo o século XXI à luz de autores anarquistas dos séculos XVIII e XIX de Stirner a Bakunin, João Garcia Miguel imaginou "um cabaret anarquista" como os que existiam no início do século XX, com as devidas actualizações. (...)
The Anarquista Show / Diário Notícias / 05-12-2009
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Na estética de João Garcia Miguel não poderia faltar o habitual elemento vídeo onde, em nove ecrãs distribuídos pelo palco, se cruzam imagens icónicas que se relacionam com a temática do texto natureza versusficções sociais com imagens de webcams editadas em tempo real.
«Interessou me esta história de vida do banqueiro, como uma biografia. Ele é um messias de pés de barro que, no final demonstra estar apenas interessado no seu próprio ego. O banqueiro é o Deus dos tempos modernos. Parece me interessante mostrar às pessoas esta personagem de um individualismo que vem do século XIX», diz Garcia Miguel. (...)
Cabaré Fernando Pessoa / Expresso / 05-12-2009
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O conto que Fernando Pessoa escreveu em 1922 e publicou no nº 1 da "Revista Contemporânea", é, de resto, recriado num ambiente de cabaré anarquista do princípio do século, no qual a música e as suas intérpretes se tornam os principais actores (Ana Rosa Abreu, Isa Araújo e Sara Ribeiro). A Anton Skrzypiciel, actor australiano radicado em Portugal, fica entregue o de papel principal — o banqueiro. Como já fez noutras colaborações com Garcia Miguel (como no espectáculo "Burguer King Lear"), Skrzypiciel interpreta em inglês, embora seja interpelado em português pelo seu novo amigo (João Pedro Santos). (...)